O ENCONTRO COMIGO MESMO

Nunca perdi o jovem que eu era quando meu pai ( biológico ) disse para não contar com ele.
De tempos em tempos este jovem me visita, me desafia e questiona meus impulsos. Faz –me olhar para mim mesmo ( dentro de mim ) com os olhos do homem que gostaria de ser. Este jovem é meu juiz, nem sempre mereço e tenho seus elogios; mas não me reprova, me entende. Está comigo hoje ( na chuva ), esteve ontem também( no mar ) e certamente estará amanhã ( não sei aonde ). Eu o ignoro as vezes mas não consigo me livrar dele.Me acompanha sempre, nos meus passeios, nas caminhadas, nas viagens..., como consegue não sei. Está sempre a pé mas segue-me sem esforço algum.
Interessante! Como eu , o jovem é sonhador, questionador, contemplativo, ansioso, conectado, ”arisco “, as vezes ditatorial; não é arrogante e parece não ser insano, nem eu. Talvez haja uma certa loucura no que falo e faço nessa minha relação com este jovem.
As pessoas costumam exorcizar seus demônios, os pássaros da inquietação e do desassossego que pousam nas suas cabeças; como o jovem, só os impeço que façam ninho no meu coração, eu exteriorizo os meu demônios.
Hoje, maravilhosamente, é dia de confissão. Conversamos como dois melhores amigos. Eu o busquei para falar dos meus sonhos, necessidades, desejos e anseios. Falou dos seus amores e da sua eterna paixão ( o ser humano ). Descreu com encantos, humanidade e divindade sobre uma pessoa amada. Fomos compassivos. Eu senti seus sentimentos, eu vivi sua emoção. Eu conheço este enlevo. Temos em comum, pela importância histórica desta pessoa, a mesma admiração, respeito e gratidão : JESUS CRISTO ( pelo valor das palavras ditas por ele ou por outras pessoas e atribuídas à ele ).
C R I S T O E A S O C I E D A D E
Rompeu paradigmas. Tinha sempre uma maneira objetiva e segura de ver as coisas ( mesmo falando em parábolas ).
Conhecia a essência humana ? Sabia das nossas inquietações ? Propunha transformações exeqüíveis e necessárias ?
Por que seus ensinamentos são tão atuais e futuristas ? Por que são intrigantes, sendo impossível diante deles sermos indiferentes ? Qual sua capacidade de transformação sem o olhar da fé ?
Medo ( iremos muitas vezes falar sobre este tema , a pior sensação humana e tão freqüente ); auto-estima e , ansiedade são transtornos que caracterizam e barbarizam a vida de todos os seres humanos provocando estragos significativos. Serão estes os motivos pelos quais criamos as religiões ?
Medicação, técnicas terapêuticas, orações, literatura de auto-ajuda, congregação em igrejas ou seitas, centro espírita, terreiros, tem sido a busca das pessoas para livrarem-se dessas mazelas ( não simples desconfortos ) que nos fazem infelizes. Contudo não há nenhuma forma de eliminá-los, o máximo que podemos conseguir é minimizá-los por um período, sendo reincidente suas sensações. Necessitamos aprender a conviver com essas características da herança humana. Podem habitar na nossa cabeça, nunca no nosso coração.
Os recursos cientificamente indicados são o medicamentoso , a terapia e a oração (ainda bem que a psicossomática mostrou que é impossível separar um corpo vivente de uma alma pensante e que,corpo e mente são aspectos diferentes da mesma coisa,chamada ser humano).
Nos meus tempos de dificuldades ( como ser bio-psico-sócio-existencial ) tenho recorrido ao Bom Pastor, tão bem e justamente cantado por Davi no Salmo 23 – “A felicidade de termos o Senhor como nosso pastor “.
Só alguém extremamente seguro ou psicopata poderia afirmar , segundo João 7, 37-38 “ se alguém tem sede venha a mim e beba, porque quem crer nas minhas palavras do seu interior fluirão rios de águas vivas “. Que palavras são essas ? Quais suas orientações e ensinamentos ?
O maior milagre de Deus é a vida e dentro de nós existem meios ( fluídos humorais ) para produzirmos os remédios que precisamos para conviver com o medo, a sensação de menos valia e a ansiedade . É preciso estimular a produção desses hormônios que conferem prazer à vida, é impossível negar a importância do exercício da fé produzida pelo conhecimento dos ensinamentos de Cristo e a força da oração realizada por um coração contrito .
Seguramente o mais importante de todos os desafios que somos submetidos é: acreditar; desenvolver e obter a fé através do conhecimento ( não acreditar porque nos faz bem , por que é cultural em algumas civilizações e praticada por alguns grupos sociais) . Mais uma vez utilizamos as palavras de João “ conhecereis a verdade e ela vos libertará “. Só a verdade liberta as pessoas ( caso contrário seremos escravos por não nos conhecermos ). O homem como ser vivo nasceu para ser livre; livre do medo, dos complexos, das angústias e dos desajustamentos (deve estar centrado ). O homem, busca sempre a liberdade, se busca é porque não a tem (LIVRE de alguma coisa e LIVRE para alguma coisa , o que nos torna um ser RESPONSÁVEL por nossas vidas e por nossas missões ). O homem é um projeto, caracterizado por um processo de transformação , difícil, complexo, mas, maravilhoso ( VIVER é FANTÁSTICO ! ). No final dos nossos tempos clamamos por mais vidas ,mas agora vida em abundância(sem complexos, sem angústias e sem desajustamentos).Dando um sentido especial para a nossa vida. Temos muito pouco tempo para aprendermos e nos transformarmos tanto . A vida é um aprendizado constante, marcados por acertos e erros que ( podem ser corrigidos em algum momento ).
Sempre acreditamos em alguma coisa, somos naturalmente crentes, só varia do que e em quem acreditar e à partir dessas crenças defendermos pragmaticamente nossas convicções sem contudo termos uma abertura para conhecer esta personalidade fantástica; divino ou mítico ? Qual a influência de Cristo na sociedade? O que disse e o que significam as coisas que disse. Cristo existiu ? OU algum grupo(organizado) de pessoas criaram o cristianismo e fizeram dele um meio de vida? Devemos refletir à luz do registro dos fatos , aceitá-los ou não, ou apenas defender nossas crenças ? Temos informações suficientes ou o MEDO nos obriga a acreditar em fenômenos sobrenaturais e criarmos divindades ? Assim tem sido históricamente.
A excelência consiste em acreditarmos nas coisas pelo que representam e não porque a necessitamos, quer seja pela falta de conhecimento ou insegurança. O ideal é que necessitássemos das pessoas porque a amamos, e não, a amamos porque a necessitamos!