sábado, 16 de janeiro de 2010

TRISTEZA

(Substantivo, feminino, singular)
A tristeza é um sentimento humano, que acontece em qualquer fase de nossas vidas, com causa conhecida e determinada ou não. É uma situação momentânea que nos permite dizer: isto logo passa (o bom é que passa mesmo). Alguns terapeutas do comportamento humano a consideram necessária, pois é a condição que nos permite elaborar a realidade, os acontecimentos atuais, principalmente os relacionadas às perdas. A tristeza como a melancolia tem sido a fonte inspiradora de muitos artistas. Este estado nos traz sofrimento e angústia, que mesmo se prolongando por um tempo considerável, vai se amenizando, tornando nossa vida mais suportável com o tempo (nosso eterno aliado; pena que não temos o luxo da eternidade e nem de duas vidas interligadas para nos beneficiarmos de todo aprendizado).
É diferente de depressão, que se caracteriza por tristeza duradoura, com sentimentos de indiferença, falta de esperança e apatia, sem prazer e perspectiva de melhora. A depressão é doença e precisa ser cuidada. Por ser recorrente é preciso evitar que se torne crônica. Estudos revelam que as pessoas que vivem um episódio de depressão têm mais de 50% de possibilidade de ter novos episódios; os que passam pelo segundo episódio têm mais de 75% de possibilidade de viverem um terceiro episódio que terão mais de 90% de viverem um quarto episódio. Sabe-se hoje que 20% da população mundial sofrem com a depressão, ela atinge qualquer pessoa, nas mais diferentes idades (crianças, adolescentes, adultos, idosos), tendo uma incidência maior no sexo feminino (duas vezes mais do que na masculina), principalmente na faixa de 20 a 40 anos.

Os sintomas da tristeza podem surgir e desaparecer de maneira quase que imperceptível, vai acontecendo gradativamente. Se a tristeza por vezes é necessária e compete a cada um identificar o motivo, caso contrário o sofrimento será em vão.
As Doenças chamadas de Afetivas coincidem com a própria história da humanidade. Muito embora os fatores que as podem desencadear sejam objeto de estudos da ciência em todos os tempos, sabe-se que há implicações genéticas; há relação entre os mecanismos bio-químicos na estrutura cerebral; e, depende da condição dos neurotransmissores que regulam nossas emoções.
Remédio da felicidade não existe, é produto da mídia. Tratamentos devem ser realizados com orientação médica. Os medicamentos são facilitadores do tratamento, não são milagrosos. Sempre haverá necessidade da ajuda, do esforço, da compreensão e ação de cada um.
O que é tristeza? Profundo pesar; sensação de vazio interior; lamentação; dor na alma. O que pode causar a tristeza? Carência; saudades; falta de sentido para a vida; sentimento de incapacidade; insegurança; baixa auto-estima; sensações decorrentes do egoísmo; inveja; desilusão. Sinônimo: Angústia relacionada com a dor sentimental, com a emoção. Antônimos: alegria; felicidade; paz de espírito. Relação: com o desgosto, com a frustração em relação a algo ou alguém. Pode ocasionar: reações físicas (dor), depressão nervosa; choro; insônia; sensação amarga (difícil de tragar).
Sugestões para reflexões: - Khalil Gibran: aquele que nunca viu a tristeza, nunca reconhecerá a alegria. – Gustave Flaubert: cuidado com a tristeza; ela é um vício. –Francis Bacon: a amizade duplica as alegrias e divide as tristezas. – Clarice Lispector: eu não sou tão triste assim, é que hoje estou cansada. – Rui Barbosa: maior que a tristeza de não haver vencido é a vergonha de não ter lutado. – Vinicius de Moraes: ... quanta tristeza há nesta vida, só incerteza, só despedida. – William Blake: a abelha atarefada não tem tempo para a tristeza. –Jean de La Fontaine: nas asas do tempo, a tristeza voa. – Texto judaico: se não soubermos esquecer, nunca estaremos livres da tristeza. – Sófocles: a tristeza também provoca doenças. – Leon Tolstoi: a tristeza pura é tão impossível como a alegria pura. – Victor Hugo: cada dia tem seu quinhão de tristeza ou a sua pequena preocupação.
Penso, então existo (Descarte). Existo aonde não penso (Freud). Então, existimos o tempo todo. De que maneira queremos/podemos existir? Devemos: intervir quando e no que possível; aceitar o que não depende de nós; procurar sempre valorizar a situação, obtendo dela o melhor proveito possível; identificar o valor positivo da situação, que é o aprendizado da experiência vivida, para que o sofrimento não seja inútil, colaborando no processo de transformação em busca da realização do ser pessoa.
Aprendi com os estudos e ensinamentos da Logoterapia ( Vicktor Frankl), a Terapia da Existência Humana, a Terapia do Sentido da Vida: “a única possibilidade de sofrermos menos a é darmos um sentido efetivo para nossas vidas”. Pois, se não dermos um sentido para nossas vidas, qual é o sentido dela? Pensemos bem: qual tem sido o sentido das nossas vidas?

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