sábado, 8 de agosto de 2009

F R U S T R A Ç Ã O

É uma emoção que surge como conseqüência em não termos conseguido conquistar um objetivo pessoal ou coletivo. Quanto mais importante for o objetivo maior será a frustração. O estudo do comportamento humano a compara com a raiva. Frustração é uma forma de dor, tem seus passos semelhantes com a seguinte sequencia: choque, desesperança, raiva, tristeza, estado depressivo ou depressão, aceitação, e finalmente, voltar a ter esperança. Diante da frustração o nosso comportamento será passivo ou agressivo (de raiva por não ter conseguido ); o que muda é o método de cada um lidar com ela (chutar a porta ou se resignar).

Quais são suas causas?

As fontes da frustração são internas e externas. As internas envolvem deficiências pessoais, como falta de confiança ou medo de situações sociais, que impedem de uma pessoa alcançar suas metas. As causas externas não dependem da gente, como o passeio suspenso por causa do mal tempo; não realizar a viagem dos sonhos por dificuldade financeira ou ter outras prioridades; perda de tempo por tráfego ruim; perder emprego por questões administrativas ou dificuldades econômicas da empresa. A vida nos estimula e o mundo atual nos obriga sermos competitivos; temos sempre que obter alguma coisa, de determinarmos o que fazer para consegui-lo, e, mais que isso conseguir sempre, de sermos eternos vencedores. Perder é parte integrante da vida (que pena, não nos foi ensinado e este aprendizado é essencial). É complicado lidarmos com a necessidade de ganharmos sempre, existindo a possibilidade da perda. Sócrates dizia que uma vida sem desejo não vale a pena ser vivida. Os mais idosos nos revelam que a vida é só ilusão (e temos que tê-la, senão que sentido tem em trabalhar, ganhar dinheiro e não usá-lo nas coisas que nos dão prazer?). Lembrando outras palavras de Sócrates: “o homem é um ser eternamente insatisfeito“, está sempre buscando algo (referente: ao estudo, família, emprego, bens materiais, saúde, prazer constante ), é impossível dar tudo certo o tempo todo.
Tem solução ? Precisamos aprender a perder. Aprender a perder é: primeiro, saber, compreender e aceitar que as “derrotas” (como não conseguir o que queremos) é uma possibilidade inevitável. Segundo, perceber o lado positivo deste aprendizado, como fazer outras escolhas, procurar outros caminhos, construir outras possibilidades, começar de novo; mesmo sofrendo é um momento importante e necessário de crescimento e evolução nos preparando melhor para os resultados dos próximos eventos. Terceiro, jamais esquecer que nada é para sempre (nem as coisas boas e nem as ruins). Quarto, lembrar que por motivos naturais nossos desejos nunca serão atendidos na sua totalidade.
Quais as consequencias?
- decepção conosco mesmo: por não conseguirmos o que esperávamos podemos ser levados ao ressentimento com o passado em função das nossas escolhas equivocadas; por não nos sentirmos merecedores pelo criador e provedor; por acharmos que não correspondemos às expectativas, enfim outras situações que influenciam na nossa autoestima; - decepção com os outros : além das injustiças praticadas pelos humanos; pela falta de reconhecimento do nosso valor e do nosso trabalho; e, até porque normalmente desejamos que sejam eles diferentes do que o são, quando o máximo que conseguimos é ser de um jeito só, do nosso jeito. Exemplo: as mulheres idealizam o seu príncipe encantado e depois exigem dos seus companheiros serem como elas esperavam. Os homens (a maioria só casam para mudar de mãe) querem uma mulher protetora, compreensiva, disponível o tempo todo, mas, que seja boa de cama e independente financeiramente.
Como devem ser encaradas? Considerando: o que disse Freud - “nada do que se diga a respeito do ser humano deveria nos causar estranheza “ ; que não podemos controlar as pessoas e as coisas; que não podemos mudar a realidade conforme nossos interesses no dia-a-dia( no trabalho, na família, nas relações profissionais e pessoais) concluímos que as frustrações são inevitáveis( poderão ser minimizadas e algumas até evitadas contudo outras ocorrerão independente das nossas ações e vontade ). Podemos encará-las de duas maneiras: como derrotas (com significativo sofrimento ) ou como oportunidades de aprendizado. A escolha é pessoal e as vezes circunstancial (não há como não nos frustrarmos diante de determinadas situações - somos simplesmente humanos ). Registros revelam que a maioria das nossas frustrações não são de grande impacto ( para que sofrer tanto? ). Ninguém perde emprego todos os dias; nem temos que lidar cotidianamente com a sensação de perda ou do luto pela morte de pessoa querida; a falência da empresa construída com sonhos e muito trabalho é fato ocasional.
Por que deve ser evitada?
Na maioria das vezes recebemos a frustração com um sentimento de impotência, de incapacidade, como derrota pessoal (prejudicando o valor que temos de conferir a nós mesmos ). Porque é ela um acontecimento de impacto negativo nas nossas vidas. O segredo é como recebê-las influenciando a nossa reação emocional; é o nosso comportamento mental diante da interpretação do fato. Cada minuto de frustração são sessenta segundos de sofrimento, de perda da tranqüilidade.
Como evitá-las? É necessário: - avaliarmos nossos desejos, mantermos apenas os considerados importantíssimos, e, não nos desviarmos do foco; na vida, realizar pouco ou muito, depende do quanto se deseja e das circunstâncias quando e onde serão realizados; - recebermos com naturalidade as limitações pessoais, sociais, políticas e financeiras;
- respeitarmos a nossa capacidade e principalmente a do outro; não criarmos expectativas exageradas; a frustração é do tamanho da ambição - termos consciência do que, do quanto e como será possível realizar (ou acontecer) o que sonhamos (ou determinamos acontecer);
- sermos analistas de nós mesmos, para perceber, refletir e analisar nossos próprio sentimentos e comportamentos; - considerarmos que frustração é diferente de fracasso; fracasso é não tentar de novo depois de enxergar os erros (inclusive os próprios) e administrá-los de forma produtiva; - lembrar que na infância imaginamos viver em um mundo ideal, como no conto de fada. Com o tempo faz parte do processo de crescimento descobrir a realidade e, o mundo em que vivemos é muito diferente daquele que sonhamos.
A frustração, como as outras dificuldades, nos impõem transtornos. Devemos tratá-las para termos mais tempo de prazer na vida e menos sofrimento. Estamos no caminho certo quando compreendemos que nossas frustrações, que nossos fracassos, são apenas sinalizadores para a realização de mudanças buscando, interessadamente, contradizer o que disse Oscar Wilde: “viver é a coisa mais rara no mundo. A maioria das pessoas só existem. “

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