Poderemos encontrar como definição: qualidade do que é vão, instável ou de pouca duração. Vaidade humana pode ser considerada como: desejo imoderado e infundado de merecer a admiração dos outros. Vanglória, ostentação, futilidade.
Como é difícil nos expressarmos apenas com as palavras. Procurando facilitar o melhor entendimento proponho um duplo olhar sobre a vaidade, uma vez que ela não representa um sentimento só ruim ou só positivo.
Um olhar mais complexo sobre o que a palavra significa nos dias de hoje: temos usado para nos referirmos às condições estéticas, visuais, de demonstração de aparência de uma determinada pessoa ou de nós próprios. Falar em vaidade é pensar no espelho e em Narciso, como lembra Caetano Veloso. A pessoa nestas condições quer sempre obter algo valioso e/ou bonito, algo diferente, só para impressionar os outros e ser motivo de inveja. O vaidoso, neste caso, cria uma imagem pessoal para revelar aos outros, elabora um personagem e “tenta” viver este personagem; procura sempre mostrar seus pontos positivos (alguns até imaginários) e esconder sempre os negativos (os reais). O ingrediente do vaidoso é o exibicionismo, e, ele torna-se escravo da aparência ou do conceito que gostaria que os outros fizessem sobre ele. Exercemos o exibicionismo das mais diferentes formas, desde o considerado mais simples, que veremos logo a seguir até o mais complexo, o que algumas literaturas sobre comportamento humano chamam de vaidade perigosa, o exibicionismo intelectual. Por que o mais grave? O intelecto e a razão por colaborarem para nos posicionarmos diante dos fatos devem estar a serviço da liberdade, do prazer, da satisfação e da felicidade; esta forma de vaidade influência o comportamento humano e traz conseqüências significativas na sociedade. Os vaidosos, principalmente os intelectuais (no meio acadêmico) gostam de exibir suas conquistas para os mais tímidos, os recatados, para aqueles que demonstram algum tipo de limitação. Necessitam provocar ciúme e inveja nos seus colegas e obterem admiração dos seus alunos. Esta vaidade nos cega e nos tira o bom-senso, nos afasta da realidade, da reflexão, do que é possível, nos candidatando a ganhar sempre qualquer discussão, necessitando sermos os últimos a falar para que fique registrada na conclusão, a nossa opinião.
Temos também um olhar mais simples sobre o que a palavra vaidade pode significar, por exemplo: com a aparência física, o asseio, o glamour, o bom gosto, a apreciação sobre a beleza (essência humana), bom desempenho para melhorar a autoestima, a vaidade sobre qualidades éticas e morais, e principalmente não querer decepcionar. Anteriormente, a vaidade pode ser sinônimo de soberba, agora é sinônimo de orgulho; e, ter orgulho da forma de pensar e agir em benefício do bem comum é merecedor das mais diferentes formas de reconhecimento.
Observamos que de certa forma todos somos vaidosos, nos orientamos pelo que os outros pensam ou gostaríamos que eles pensassem de nós. Precisamos ter sob controle o tipo de armadilha que estamos montando para nós mesmos. O que efetivamente justifica o ato de estarmos vivos, procurando viver com o mínimo de complexos, angústias e desajustamentos.
Vamos refletir com estes personagens: - Leon Tolstoi: a vida sem vaidade é quase insuportável.
- Al Pacino no filme “Advogado do diabo”: vaidade, meu pecado preferido. - Mark Twain: não há graus de vaidade, apenas graus de habilidade em disfarçá-la. - Albert Einstein: o valor do homem é determinado, em primeira linha, pelo grau e pelo sentido em que se libertou do seu ego. - Millôr Fernandes: não ter vaidades é a maior de todas. - Honoré de Balzac: deve-se deixar a vaidade para os que não têm outra coisa para exibir. - Valter Rosa Borges: a vaidade é sempre sincera. A modéstia nem sempre. Ninguém se finge de vaidoso. - Mathias Aires: são raros os que buscam a ciência; o que buscam mesmo é o aplauso. - Mathias Aires: que são os homens mais do que aparências de teatro? Tudo neles é representação que a vaidade guia. - Augusto Cury: a vaidade é o caminho mais curto para o paraíso da satisfação, porém ela é, ao mesmo tempo, o solo onde a burrice melhor se desenvolve. - Ernesto Sábato: a vaidade é um elemento tão sub-útil da alma humana que a encontramos onde menos se espera: ao lado da bondade, da abnegação, da generosidade! Há quem diga que se ama por vaidade e também por vaidade não se ama; e, que nos humanos tudo é vaidade, fora a sincera confissão que fazemos à Deus das nossas vaidades.
Em Eclesiastes 1-2, diz o pregador, filho de Davi, rei de Jerusalém: “vaidade de vaidades, tudo é vaidade”.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
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