domingo, 3 de janeiro de 2010

C OM P L E X O (S)

A palavra, complexo, significa: o que contém muitos elementos. Pode também significar: complicado. Mas, quero refletir sobre comportamento humano e o que revelam os diferentes “complexos” em nossas vidas.
Complexo de culpa: sentimento que leva uma pessoa a acusar-se devido ocorrência ou não, de fatos. É significativa a influência que tem em nossas vidas com conseqüências que nos colocam em condições de sofrimento. Complexo de inferioridade: sentimento que leva uma pessoa a ter uma auto-estima baixa diante da avaliação que faz dos outros. A pessoa não percebe o seu valor e sempre acha que os outros são melhores que ela. A pessoa coloca-se numa condição de menos valia, já discutimos como esta sensação surge nas nossas vidas e é a origem de todos os demais complexos. Complexo de superioridade: sentimento que faz uma pessoa colocar-se acima dos outros. Hiper valorizando sua condição e subestimando a do outro. Segundo Adler (discípulo de Freud que ao romper com ele cria a Psicologia Individual) as pessoas que se caracterizam com o complexo de superioridade na realidade buscam, na maioria das vezes, compensar sensações de inferioridade que lhe são inerentes. A pessoa que desenvolve este sentimento julga os outros como se fossem seus subordinados, e geralmente, os traços de inferioridade que observa nos outros pertencem a ela mesma (trata-se de um jogo de projeção; é complicado SER humano). Temos medo de sermos subavaliados e excluídos do grupo social que gostaríamos de pertencer e como gostaríamos que nos vissem. Normalmente essas pessoas tornam-se pretensiosas e arrogantes. Suas perspectivas sobre si mesmo são extremamente elevadas, acreditando ter um poder de realização muito acima das possibilidades reais. São pessoas vaidosas em seus hábitos e presunçosas tentando se revelar melhor que todos. Por se sentirem melhor que os outros podem ser intolerantes, contradizendo sempre o ponto de vista do outro para dominar o que julga ele ser inferior. Normalmente sentem-se inferior e a pessoa na realidade tenta parecer superior muito mais para si mesma do que para os outros. Essas pessoas têm medo que descubram suas fraquezas.
Observamos que a diferença entre um complexo e outro é sutil; e, pode se revelar das duas maneiras na mesma pessoa conforme momento, condição e situação. É pouco provável que todos nós não tenhamos vivido esses dois sentimentos e que não viveremos mais. O mistério está em identificarmos as situações possíveis de coexistências desses sentimentos e dos transtornos que ocasionam. Nos dois complexos é importante avaliarmos e equilibrarmos nossas condições de potencialidades com as nossas limitações naturais, com as limitações da espécie, com as circunstâncias, com o momento. É preciso considerar que nem sempre o fato de não termos bom desempenho depende apenas da nossa capacidade física e intelectual, de sermos os únicos responsáveis. Mas não podemos sempre culpar os outros ou a falta de melhor oportunidade pelas nossas escolhas e realizações que resultaram numa situação não desejada. As pessoas que melhorem vivem são; as que tudo ignoram, e, as que com real conhecimento administram suas sensações, sentimentos, transtornos, prazeres e dificuldades. Quem é feliz na ignorância por que se tornar sábio? O que não podemos é ficarmos no meio. O que é mais importante a felicidade ou o conhecimento?
Complexo de Édipo: o fenômeno foi descrito por Freud que se baseou na tragédia Édipo Rei, de Sófocles ( 496-406 a.C.) . Édipo tem uma preferência velada pela mãe (Jocasta), acompanhada de uma aversão pelo pai (Laio), matando-o e comprometendo-se em matrimônio com a própria mãe. Quando a criança atinge o período sexual fálico (na segunda infância), e ao perceber a diferença entre os sexos, tende a fixar a sua atenção libidinosa na pessoa de sexo oposto do ambiente familiar. Para as crianças dos dois sexos foi determinado o nome de Complexo de Édipo, de Masculino quando envolvia o a criança do sexo masculino e Complexo de Édipo Feminino quando envolvia a criança do sexo feminino. Este conceito descrito por Freud recebeu o nome de Complexo de Édipo por Carl Jung quando envolve a criança do sexo masculino e de Complexa de Electra quando envolve a criança do sexo feminino. Portanto,
Complexo de Electra: é uma atitude emocional que as meninas têm para com sua mãe; atitude que implica numa identificação tão completa com a mãe que a filha deseja,inconscientemente, eliminá-la e ficar com o pai.
Observamos que os princípios são semelhantes, por isso o Complexo de Electra pode ser incluído no Complexo de Édipo.
Para mim, na relação homem-mulher, quem ama é o homem; a mulher deseja ser amada. Rita Lee, diz em sua canção: “toda mulher quer ser amada/ toda mulher quer ser feliz/ toda mulher se faz de coitada/ toda mulher é meio Leila Diniz”. Complexo de Cinderela: é o desejo que as mulheres têm de esperar e acontecer a “chegada” do príncipe encantando. De sonhar e correr o risco de viver um conto de fadas. Do príncipe que lhe irá ofertar amor e segurança. A mulher que quer ser chamada de moderna, ou sentir-se de acordo com o seu tempo, pode ter além deste desejo a necessidade de conquistar a sua liberdade e auto-afirmação pessoal e profissional, por isso que ela se sente nos dias de hoje angustiada e dividida.
Em todas as situações, o complexo não deve ser encarado como doença e sim como um estado de sentimento que necessita ser resolvido à luz do conhecimento e da razão. Geram eles sentimentos naturais entre os humanos, não nos fazendo nem melhores ou piores do que os outros, apenas um “pouquinho” e “ocasionalmente” diferentes. O que não justifica a soberba e nem a sensação de sermos preteridos pelas pessoas e pelo mundo.

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