Esta é a fase de maior duração na vida das pessoas. Pode durar de 25 á 29 anos conforme a cultura e amadurecimento de cada um. Este é o período das nossas maiores conquistas. É quando atingimos o máximo de nossas habilidades pessoais e profissionais. Este período é marcado pelo declínio gradativo de algumas das habilidades, com perdas sucessivas de algumas conquistas.
Características das necessidades de cada fase: - na infância é a proteção, da família e dos grupos sociais; - na adolescência é a iniciação, movidas pelo interesse da descoberta, da curiosidade e de pertencermos á algum grupo ou á alguma coisa; - quando adulto é a necessidade de organizar, a família, a vocação, a profissão, a carreira, o trabalho e o dinheiro para financiar a vida (tornamo-nos reféns das contas para pagar).
Estas fases parecem acontecer natural e rapidamente. De repente, de forma consciente ou não, a vida acontece. Entre os 35 e 40 anos de idade, começamos a ter uma relação mais próxima com a realidade. É o outono da vida, a idade da razão. Começamos amadurecer, a vida ganha uma cor diferente, torna-se mais saborosa, estamos nos enriquecendo de informações e novas sensações, por não termos conseguido ser quem um dia projetamos ser, ou nos frustramos ou procuramos descobrir a pessoa interessante em que nos tornamos. Os cabelos tornam-se grisalhos, começamos ter dificuldades para leitura, o sair da cama torna-se mais difícil, e, surge uma vontade significativa de vivermos uma tarde tranqüila. Já percorremos a metade do caminho. Metade é o passado com recordações das experiências vividas. A outra metade, uma nova possibilidade, novos caminhos para percorrer, registrar para ensinar aos filhos e netos a maravilhosa arte de viver. É a descoberta de que sempre existe algo para ser feito.
Não sabemos muito bem como aqui chegamos, mas, devemos querer saber de como sairemos desta fase que é importante para determinarmos a “forma” que iremos viver na velhice.
Buscamos as respostas daquelas perguntas que surgiram desde a infância e que continuam nos inquietando, pela decorrência natural da simples existência humana. Porque e para que? Por quem e para quem? As instituições e as pessoas estão a serviço de quem?
Reflexões e conclusões:
- Para obtermos algo que desejamos e nunca tivemos (e seria importante tê-lo), devemos fazer coisas que nunca fizemos, e, que precisamos fazê-las com determinação para conquistá-lo.Não podemos ser eternos passageiros no “trem” da vida. Perder-se ás vezes, também pode ser um caminho, portanto, não desesperar jamais. – Que envelhecer será castigo ou dádiva conforme a dedicação e investimento que aplicarmos nas nossas vidas. Com conhecimento, devemos realizar nossas escolhas, dedicando o maior empenho apenas no que for considerado importante. - O que deverá nos acompanhar o resto das nossas vidas? O que mais nos emociona. - Que tipo de lembranças, queremos guardar? As nossas preferências pela música, livro, poesia, carta, mensagem, e-mail, fotos de viagens, de pessoas ou comemorações que queremos recordar. Façamos nossas escolhas e as guardemos; descartemos as demais. – Discutimos tanto o valor das amizades, embora não saibamos mais onde se encontram a maioria dos nossos amigos. O importante é termos bons amigos (aqueles que são capazes de aplaudir o nosso sucesso), que sejam em número suficiente (não em quantidade), mas, de amizade intensa (com qualidade). O que efetivamente fica registrado na vida das pessoas não é o que vivemos (nem sempre com quem vivemos) e sim como vivemos. – O momento é de balanço, de avaliarmos o que tem sido das nossas vidas, dos nossos amores, dos rancores, das tristezas, das alegrias, das frustrações, das conquistas, das derrotas, das ilusões, das realizações e das realidades. Que valores tiveram cada situação, o que deve ser mantido, superado, entendido, aprendido e eliminado. É preciso direcionar um sentido para a vida, ou manter o existente; o que não podemos é ficar com uma vida sem sentido. Não importa em que fase da vida nós estamos, este deve ser o começo de uma nova vida; ou uma forma de reencontrá-la e recriá-la. – A hora, esta unidade de marcar o tempo que delimita a nossa vida passa implacavelmente, precisamos nos apressar. Está na nossa mão o modo de como iremos viver o tempo que nos falta para completarmos a nossa existência. Vamos tentar ser feliz e fazermos os outros também felizes? – Batalhamos tanto para obtermos uma casa confortável para habitarmos (casa é tão importante que alguns animais carregam nas costas), mas, o que temos feito para construirmos um lar de convívio prazeroso? Nossa casa deve ser edificada com cimento, ferros e tijolos; servirá de abrigo e local onde as pessoas da família possam proteger-se do sol, da chuva e descansar. Servirá de sede para construirmos um lar, com princípios e valorização da pessoa, para que elas possam se fortalecer, sonharem e criarem condições de realizarem seus sonhos. Um cuidando das necessidades do outro. Casa é produto da utilização ordenada de material de construção. Lar é refúgio, é recomposição, é a segurança que se assemelha ao útero materno. É bom sairmos de casa para atendermos os compromissos, e voltarmos para a existência acolhedora de um lar, onde nos sentimos protegidos. – Climatério é o período de começarmos a nos livrarmos das culpas, para chegarmos à velhice sem culpas. É o momento ideal para descobrirmos que a velhice poderá ser uma boa fase, com realizações e satisfações. Velhice não é castigo, pode ser a fase de liberdade e libertação, onde o medo de envelhecer deve ser superado, com fatos reais e não por conveniência. – A necessidade de “desabafarmos”, como sentimos a sua importância na adolescência, tem grandes proporções no climatério e sua prática é benéfica; precisamos escolher quando, com quem e a forma. – Devemos promover com convicção e determinação a necessidade de praticarmos uma dieta adequada (hoje não faltam informações); escolher um estilo de vida, que nos permite vivermos com o mínimo possível de estresse, de dissabor, e, o máximo possível de prazeres (isto é um conjunto de hábitos saudáveis e atitudes conscientes); e, praticar atividade física regularmente (como uma simples caminhada diária, preferencialmente). – É aconselhável tomarmos decisões simples para problemas complexos. Temos que deixar de sermos indecisos e pessimistas. Não podemos viver só de aparências, a vida fica insuportável. Aceitar-se e aceitar os outros faz bem para a saúde emocional. Melhor ainda é descobrirmos e praticarmos nossos novos talentos ou daqueles que agora se manifestam mais claramente. – A preocupação e ocupação devem estar focadas na contemplação da saúde física, mental, social e financeira; colocando limites na relação com o dinheiro (que sempre será pouco), e, usufruí-lo conscientemente (tem gente que está tão preocupada em gastar dinheiro que nem usufrui; que valor ele tem?). – Muito mais do que trabalhar no que gostamos, é procurar gostar do que estamos fazendo. Temos que descobrir o valor positivo, sempre existente, das pessoas e das coisas; e, expressarmos esta valorização, mesmo sabendo da impossibilidade de eternizarmos nossos amores e tudo que nos encanta; nada é para sempre. - Devemos estabelecer metas possíveis de serem conquistadas e irmos à luta, sem almejarmos o estrelato. – Este é o período de aceitarmos formalmente os nossos defeitos e dos outros também. As pessoas se organizam em cima dos defeitos e nunca em cima das virtudes. Eliminarmos, sumariamente, os nossos defeitos e querermos que os outros eliminem os seus é como tirarmos o chão em que pisamos.
A maior descoberta que fiz no climatério foi que a decantada e almejada felicidade é apenas estar em paz. Felicidade não é um sentimento, é um “estado”. É um momento de ausência de conflitos. Não é fácil obtê-la, mas é possível. Nosso castigo é deixá-la escapar ou não vivê-la por não percebermos a sua simplicidade. Fizeram-me confundir felicidade com sentimentos fortes, como a alegria constante, a paixão duradoura, o amor eterno, o entusiasmo sempre presente, o êxito sem derrotas e o sucesso perene. Estes são apenas sentimentos que me atormentavam e provocavam inquietude ao meu coração, fazendo-me acreditar que felicidade existia apenas nas estórias e nos livros de auto-ajuda (que vendem a falsa idéia que a felicidade é uma possibilidade fácil de ser conquistada e que pode ser mantida).
Entendo com mais clareza as palavras de Clarice Lispector: “que medo alegre o de te esperar”. “não tenho tempo para mais nada... estar feliz me consome”.
Observemos o que dizem os provérbios hindus: “o bem que fizemos na véspera é o que nos traz felicidade pela manhã”. “coração que está em paz vê uma festa em todas s aldeias”
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