segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Criatividade

Ghiselin ao definir criatividade estabeleceu um conceito que é produtivo, transformador e essencial para a vida das pessoas que buscam a maturidade emocional: “Criatividade é um processo de mudança, de desenvolvimento, de evolução na organização da vida subjetiva”. Portanto, criatividade é o processo que resulta num produto novo. Segundo Torrance, criatividade é o processo de nos tornarmos sensíveis aos problemas, às deficiências, às lacunas do conhecimento e às desarmonias. A criatividade possibilita: 1) identificarmos as dificuldades; 2) buscarmos soluções, formando hipóteses em função dos problemas e dificuldades; 3) testarmos e re-testarmos estas hipóteses; 4) comunicarmos os resultados”.
Criatividade é algo pessoal e genuíno, portanto um processo único e original. Todo ser humano é criativo, o que difere são as habilidades que podem estar relacionadas aos talentos, considerados como dádiva ou herança genética.
“Criar é dar forma ao próprio destino” – Albert Camus. “O presente impõe formas. Sair dessa esfera e produzir outras formas constitui a criatividade” – Hugo Von Hofmannsthal. “A inspiração existe, porém tenho que encontrá-la trabalhando” – Pablo Picasso. “Os talentosos podem conquistar metas que ninguém pode atingir. Os criativos atingem metas que ninguém jamais consegue ver”. – Schopenhauer.
A sociedade corporativa descobriu que a criatividade é a principal arma para ser utilizada na conquista da sua sobrevivência. Os seres vivos, humanos ou não, a utilizam para ajustes e aprimoramento da sua espécie, fato descrito por Darwin. O homem, na sociedade atual depende da criatividade para promover adequadamente as suas superações neste universo bombardeado pelas emoções. A vida está repleta de desafios que se aproveitados de forma criativa transformam-se em oportunidades. Qualquer atividade torna-se criativa e prazerosa quando quem o pratica se interessa em fazê-la bem feito, melhorando gradativamente este processo, pois, descobriram o significado e benefício do seu trabalho. Por isso que as pessoas que dão sentido para as suas vidas, ou descobrem o sentido delas, é mais criativo e vive melhor. “Uma mente aberta, pensadora, criativa é o maior patrimônio que uma agência de trabalho pode ter” – Novartes.
O comum na pratica da vida das pessoas é complicar o que é simples. Pessoa criativa é a que torna simples o que é naturalmente complicado. Isto é o que faz uma pessoa criativa ser muito interessante.
Como aplicar o potencial criativo?
Carl Jung disse que o ego é dotado de um poder, de uma força criativa; esta é uma conquista tardia da humanidade, o que chamamos de vontade.
A criatividade humana revela-se a partir de “associações” e “combinações” INOVADORAS. A sua abrangência é de amplo espectro, envolvendo idéias, produtos, situações, sentimentos, experiências, modelos, situações, planos e possibilidades. É a busca consciente na obtenção de nova visão e entendimento sobre os fatos. Há exigências e investimentos da vontade e do exercício da atividade cerebral, envolvendo diferentes pensamentos, informações, produtos, serviços e situações. O aprendizado para o desenvolvimento da criatividade, devido os diferentes estímulos, envolve a capacidade cognitiva e sensorial da (s) pessoa (s) envolvidas no processo, que possibilitará o aprimoramento do cérebro, tendo o máximo de desenvolvimento para a capacidade criativa no coletivo (brainstorning). “Quem não tem sensibilidade, inteligência, vontade para criar, tem que ter coragem para copiar” – Comandante Rolim Amaro (fundador da TAM). “Criatividade é inventar, experimentar, crescer, correr riscos, quebrar regras, cometer erros e corrigi-los, e principalmente, se divertir” – Lou Cook. Considera-se que criatividade não é conhecer muitas coisas, mas sim por muitas coisas em contato. O primeiro degrau na escala do processo é a experiência seguida da observação. O segundo é fazer correções necessárias. Depois avaliar os resultados. Concluindo em aprender sempre e se aperfeiçoar. Devemos estar atentos, pois, o cérebro dos seres vivos disponibilizará o uso da faculdade criativa toda vez que formos provocados pela necessidade. Frank Capra disse que o pressentimento é a criatividade tentando te dizer algo.
Quais os nutrientes naturais da criatividade? – a curiosidade. “Curiosidade é a chave para a criatividade” – Akio Morita. – o caráter investigativo e independente de uma pessoa. “A personalidade criadora deve pensar a julgar por si mesma, porque o progresso moral da sociedade depende exclusivamente da sua independência” – Einstein. – a vontade para realizar um experimento renovador. “Criar é matar a morte” – Romain Rolland. - a necessidade de estar inovando, por não estar contente em ser comum, em ser medíocre (mediano). “Ninguém pode chegar ao topo armado apenas de talento; Deus dá o talento. O trabalho criativo transforma o talento em gênio” – Pavlova. –a busca constante de pequenas ou grandes transformações no processo de humanização, possibilitando o aprimoramento em ser pessoa e útil para a sociedade. “Mentes criativas são conhecidas por sobreviverem a qualquer tipo de aprendizado” Freud.
Dr. Edwin Land considera que todos nós estamos repletos de talentos represados, e, despertar o gênio que vive em cada pessoa é o nosso desafio. A grande vantagem das pessoas criativas é que elas não têm medo de fracassar. Pois, são capazes de corrigirem-se e começarem novamente, fortalecidos.
Devemos incentivar a criatividade por facilitar mudanças no comportamento, proporcionando viver com mais segurança e controle emocional. Conseqüentemente, tornamo-nos mais produtivos e adquirimos com mais facilidade os meios necessários para vivermos um novo estilo, interagindo com o mundo de forma consistente pela aquisição de novos padrões cognitivos. Fernando Pessoa afirma que viver não é necessário; necessário é criar.
Porque alguns conseguem revelar, exercitar e aprimorar a criatividade e outros não? Depende do meio em que somos criados e nos desenvolvemos como pessoa. Dependemos de estímulos para ações facilitadoras; geralmente o meio em que vivemos nos conduz para a inibição; tem sempre alguém nos avaliando e fazendo julgamentos precipitados e pouco convenientes, independente da nossa motivação (cantamos, escrevemos, desenhamos, cozinhamos, praticamos uma modalidade de esportes, não com a obrigação de nos profissionalizarmos). É fundamental considerarmos as palavras de Confúcio: “o que destrói a criatividade é o senso de ridículo”.
Parece existir relação entre a criatividade (independente da modalidade e qualidade) e a maturidade emocional. O exercício de criar algo, mesmo que simples, como cozinhar um prato diferente, escolhendo os ingredientes e harmonizá-los, é traço de quem necessita de uma organização emocional. É a vontade de criar algo diferente, de imaginar (Einstein dizia que a imaginação vale mais do que o conhecimento), escolher os ingredientes, processar, experimentar, avaliar o resultado, suportar as críticas, corrigir, se aprimorar, depender de si, confiar, saber que poderá enfrentar as dificuldades. Este desenho de aplicação será exercitado em outras situações que iremos viver.
Criatividade é a ponte que une o universo (as coisas, o ambiente e o grupo social) com o nosso interior, com o nosso potencial, com o nosso maior patrimônio. Influência as nossas emoções e a capacidade de transcendermos. Configura-se a forma de nos colocarmos diante dos fatos e sensações da vida e construirmos o nosso destino. Não somos pessoas previamente determinadas por crenças e religiões; somos construtores da nossa história, e mais que isso, nossas atitudes influenciam a vida dos outros. Mais do que sermos responsáveis por nós mesmos, somos também responsáveis pelo bem estar das pessoas próximas; nossas condutas influenciam os grupos sociais e a somatória deles, a própria sociedade. Caso as nossas vidas fossem previamente determinadas, não seria preciso responder responsavelmente por elas. Não seriamos agentes de nossas vidas, apenas espectadores; não seriamos atores apenas executores; não haveria escolhas, apenas cumprimento de resoluções para caracterizar uma missão determinada. Somos passageiros ou condutores nas nossas vidas?
Experimentos genéticos, com os genomas, revelam que somos muito parecidos; as diferenças são mínimas, mas, suficientes para descrevermos elementos capazes de nos moverem orgânica e emocionalmente para nos tornarmos pessoas diferentes e estarmos classificados em categorias diferentes: os que procuram desenvolver as suas aptidões em buscam da sua compleição como pessoa, os que efetivamente não buscam e os indiferentes.
Viver não é importante. O importante é vivermos bem. Viver bem exige maturidade emocional. A criatividade é eficiente e eficaz processo na busca pela obtenção da Inteligência Emocional, que pode ser considerado o máximo do aprimoramento humano.

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