domingo, 14 de novembro de 2010

Tempo e forma de amar

O cenário para o verão é liberdade, sol, praia e mar. É prazer caminhar na areia e sentir as ondas desmancharem. O sol aquece o meu corpo, parece que não mais o coração. É o sentimento triste semelhante de um adeus, queria que fosse apenas um até breve. A espera de algo que vai acontecer me excita. No movimento das águas do mar, as ondas que foram levaram você de mim; aguardo na esperança de te trazerem quando voltarem. Como gaivota quisera poder voar até onde estás. Condição perfeita para realizar o meu ideal, de contigo estar. No espetáculo proporcionado pelo por do sol, há um fenômeno marcado por um mistério, uma sensação trazida pelo ar me convidando a transcender e esperar a noite chegar, para ver a primeira estrela á surgir, solitária parece perdida, como eu que estou agora sem você, e, o brilho da lua-que abriga os amantes- revive no meu olhar um sonho distante, não presencial, contudo um amor real. A distância de um sonho e a realidade é percorrida pela necessidade da realização de um desejo. Ao te encontrar encontro um pouco de mim. E, me realizo em você.
Contemplo a chuva fechando o verão, anunciando o outono. Este momento sugere uma visita ao passado, repensando um tempo de um amor vivido. É fascinação. Sonhos discretamente proibidos, sempre encantados, sonhados contigo. O reflexo das laminas d’água indicam o reencontro com uma estrada, formando um caminho que me leva longe da realidade, perto de ti. Os pássaros banhando-se revelam um canto de alegria. Sinto uma melodia e os versos desta música, fiz para você, como um canto revelador. Meus pensamentos formalizam um sonho, a força misteriosa dos amantes faz-me sentir ver o teu jeito, que tanto admiro; pareço ouvir tua voz, que tanto me transforma. É seu corpo e sua alma voltando para mim. Contemplar você e a sua companhia me emocionam. O silêncio sempre me fala de ti.
As flores marcam os limites dos meus caminhos, testemunham os meus prazeres e a felicidade. Quando ausente, a falta do seu calor e brilho, marcam o inverno da existência. Feneço para surgir como fênix, na sua presença. Nem toda felicidade é possível neste mundo. Seria bom que uma brisa envolvente ou um vento generoso possibilitasse eu alcançar-te, abraçar-te e sentir que este reencontro recupera um tempo perdido. Confundo-me na memória das estações do tempo, este tipo de amor existe ou é uma simples fábula por mim inventada? Este sonho me sustenta, utilizo-o toda vez que necessito. Passa comigo uma fria estação, aguardando florescer meu lindo canteiro com diferentes cores de primaveras.
O vento, mestre de cerimônia do espetáculo que é a vida, me conduz a um tempo em que quero te dizer coisas verdadeiras, pois, sei que sempre soubestes me escutar e valorizar. Quero dizer-te palavras sensíveis, sinceras e transformadoras, fazendo-nos esquecer do que já soubemos e fomos, descobrindo-nos numa nova maneira de sermos, reinventando a vida e nos consumindo de prazeres. Oh noite de primavera! Põe uma estrela na janela dela. E o vento que flerta com a esperança, diga que fui eu que deixei para demonstrar o meu amor.
O amor é como as ondas do mar ou o vento em cada estação: “antes ou depois vai embora e antes ou depois deverá voltar, de outra forma”.

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